terça-feira, 18 de outubro de 2011

Guardião do Diário - Capitulo 3 - Parte 22



Para minha sorte o Victor saiu de trás do balcão com duas pistolas, a dele e a da Maria. Ele atirou e correu até outra prateleira. Chegou perto de mim e disse:
                - Cara?! Cadê os outros?
                - Danem-se os outros, vamos nos salvar!
                Os robôs correram em nossa direção. Fugimos até o outro lado do mercadinho. Cruzei outro corredor e abri a porta onde estavam os outros e gritei para o Victor entrar. Joguei-me no chão e fui até a Maria, já que os robôs estavam preocupados com o Victor agora.
                - Você está bem?!
                - Bem?! Estou quase morrendo!
                - Ótimo. Saia daqui agora! Vou dar um jeito de nos livrar deles.
                Ela correu para fora do mercadinho. Eu voltei para ajudar o Victor. Os robôs já tinham o pegado. Ele estava pendurado de cabeça pra baixo, sendo analisado pelo Scizzon. Mirei e atirei na cabeça daquele monte de lixo.
                O Victor caiu no chão, se rastejou até a porta e tínhamos então menos uma preocupação, um dos robôs havia sido transformado em pó. Faltavam dois. A Maria já havia saído, Victor também. Eu fiquei sozinho contra dois. O medo me dominou, então corri.
                Eles me seguiram até a rua. Olhei para um lado e para o outro, não vi ninguém.  Corri mais um pouco e me escondi atrás de um carro. Um dos robôs começou a atirar e eu estava ali abaixado rezando para que não acontecesse nada.
                Não passou de alguns segundos insistentes de tiroteio de uma das partes, mas ele cessou. E curioso como estava, carreguei minha arma e a coloquei para fora. Nenhum sinal. Levantei e vi o açougueiro jogado no chão. O outro robô, o flutuante, estava ali do lado olhando a mesma cena que eu: O Paulo e o Fagundes com suas armas apontadas em direção ao Scizzon.
                Nisso o Fagundes disse:
                - Sua vez, lixo flutuante. – e atirou.
                O robô, com o tiro, foi acionado. Ele começou a apitar e a fazer uma contagem regressiva de cinco segundos. 5.
                - GENTE! POR AQUI! – Gritou Victor, acompanhado de Maria -  O BECO É ESSE!
                4. Começamos a correr em direção à outra rua. 3. O robô veio atrás e eu então atirei nele, o que fez se afastar um pouco. 2.
                - Pessoal, os latões de lixo! – apontou Paulo.
                Havia três. Victor entrou em uma junto com Maria. Paulo e Fagundes foram e saltaram para a terceira. Gisele não conseguiu subir e eu tive que ajuda-la. 1.
                - Cadê o TX?
                - Aqui, Usuário.
                Consegui colocar Gisele para dentro e joguei TX junto, pulei e fechei a tampa. Zero. Deu para ver o robô começar a se transformar em nada. A explosão foi enorme e forte. Contanto as sacolas de lixo amorteceram as pancadas que tomamos. Afinal os latões foram jogados para longe com a explosão.
                - Está tudo bem, Gisele?
                - Es..Está.
                Abri a tampa ainda quente e gritei por todos. Eles então responderam e também saíram dos latões.
                - Ah, que nojo, estou toda suja de lixo! – Gritou Maria.
                - Melhor do que morta, não acha? – Disse Victor.
                - Não temos tempo para discutir isso. Paulo, Fagundes, Gisele... Porque não nos ajudaram?! – falei revoltado.
                - Nós te ajudamos. – contra argumentou Fagundes.
                - Depois que quase morremos?!
                - Estávamos somente escondidos. – Disse Paulo aumentando a voz vindo para perto de mim.
                - Gente. Gente. Parem. Vamos continuar o caminho. Temos que continuar logo, afinal não temos comida. – Victor falou isso enquanto segurava Paulo que estava tão quanto revoltado como eu.
                - Se eles tivessem nos ajudado, não precisaríamos ter explodido o quarteirão todo! – Completei.
                - Disse tudo, explodimos o quarteirão todo. Agora sabem que nós existimos. Temos que ir depressa. – Tentou, Victor, acabar com a discórdia.
                - Tem razão.
                Então seguidos o caminho do beco, cansados e afoitos. O corpo pedia uma noite de sono bem dormida e um pouco de alimento. Era, talvez, uma hora da tarde. O sol entrava nas viletas dos apartamentos que cercavam o beco. Até que chegamos, em algum momento do percurso, em uma bifurcação:
                - Para qual dos dois lugares nós vamos? – perguntei.
                - Não sei, acabou a bateria do meu notebook acabou. – Disse Victor, então preocupado.

0 comentários: