terça-feira, 18 de outubro de 2011

Guardião do Diário - Capitulo 3 - Parte 21


Eles ficaram espantados. Boquiabertos talvez. Paulo saiu primeiro, acompanhado de Victor. O resto veio atrás e então começamos a descer o morro, pelo o outro lado. Fiquei mudo o tempo todo enquanto descíamos. Estive com os olhos, cheios de lágrimas, focados na cidade ao longe.
                Casas em chamas, fumaça espalhada pelo o céu já cinzento. Algumas explosões e muitas sondas vagando pela cidade já destruída. Um cenário hostil para um momento mais hostil ainda.
                Nesse meio tempo o silencio foi quebrado pela pergunta da Maria:
                - Como vamos até lá?
                - Eu pensei em uma rota.
                - Diga.
                - Vamos até o mercadinho no meio do caminho e depois cortamos por aqui.
                - Um beco?
                - É. Vamos cortar 2 km fazendo isso.
                - Algum risco?
                - Bem, acho que não.
                - Ali está o mercadinho, vamos entrar.
                Chegamos então na porta do mercadinho. Abaixamos atrás de um carro e esperamos o movimento da rua abaixar. Tínhamos que arrumar um jeito para abrir a porta de ferro. Olhei para o grupo e pedi para que ficasse o mais quieto possível.
Fui agachado até a janela. Com a ponta da minha arma eu quebrei o vidro. Fez bastante barulho. Então pulei para dentro e corri para abrir o portão de ferro. Droga! Fez mais barulho ainda.
- Gente, cada um para um canto! SE ESCONDAM!
Puxei a Maria e apontei o balcão. Gritei o Victor e mostrei a Maria. Paulo, Gisele e Fagundes foram entraram em uma das portas que havia no fundo do mercadinho. Eu então fiquei sozinho. Procurei um lugar hábil para me abrigar, mas nada.
Minha frustação atingiu o ápice ao ver a sombra de um dos robôs. TX então disse:
- Usuário, o freezer.
Corri o mais rápido possível. Abri o freezer e entrei junto com TX. Realmente não estava tão gelado por não ter energia. Mas o cheiro podre das carnes incomodava. Havia uma abertura mínima, consegui ver alguma coisa por ele.
Entraram três robôs. Um deles era daqueles que flutuava que parecia um galão. Os outros dois eram os Scizzons. Meu coração gelou, e não foi por causa do freezer. Desses três, um ali parecia ser o líder.
Com alguns gestos ele ordenou ao outro que vasculhasse o local. Então cochichei com TX:
- TX, o que ele está fazendo?
- Procurando por qualquer vestígio de humano.
- E depois?
- Se ele encontrar, ele vai nos procurar até nos destruir.
                - Caso não encontre?
                - Ele irá explodir o local.
                - TEMOS QUE AVISAR AOS OUTROS!
                - Vamos ficar aqui até que o X-Destructor seja acionado.
                - Não! Vamos até os outros AGORA! Não quero mais mortes, entendeu?!
                - Suas chances de isso dar certo são de menos de 3%, sabe disso?
                - Poderia ficar sem saber. Mas vai ser nesses 3% que eu irei salvar meus amigos.
                Abri o freezer e coloquei minha arma a vista. Não sabia onde estava mirando, mas antes de me matar eu perguntei ao TX:
                - Como os destruo?
                - Atirar na cabeça pode causar grandes danos.
                - Certo.
                Sai do freezer já atirando. Confesso que meu primeiro tiro foi na perna do Açougueiro. Parecia que seu membro iria sair do corpo com o impacto da bala, mas nada demais aconteceu.
                - Merda!
                - GENTE! TEMOS QUE SAIR DAQUI!!!
                Pulei do freezer e me joguei no chão. Ouvi muitos tiros de metralhadora. Desesperado eu comecei a rastejar até uma prateleira.
                - VICTOR! PAULO! GEENTE!!!
                Recarreguei minha arma e levantei a cabeça. Os dois robôs estavam prontos para atirar novamente. Eu contra dois. Duas metralhadoras contra uma Shotgun. Que desvantagem.

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